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Colonia del Sacramento - Uruguai |
04.06.2012- COLONIA DEL SACRAMENTO
Décimo primeiro dia da
viagem de Brasília a Buenos Aires de carro. Deixamos Montevidéu no final da manhã, utilizando a ruta 1 para Colonia, distante 176 km. Outra estrada, como de resto todas as demais do Uruguai, em excelente estado, bem sinalizada e trânsito tranquilo.
A história de Colonia del Sacramento, é com certeza uma das mais fascinantes do Río de la Plata. Por ordem da Corte de Lisboa, a cidade foi fundada no início do ano 1680 na península de San Gabriel. Sua localização geopolítica originou lutas fronteiriças entre as coroas da Espanha e Portugal que se prolongaram durante mais de um século. Como consequência desses conflitos, a cidade passou do domínio português ao espanhol várias vezes. A arquitetura de Colonia del Sacramento é o resultado dos diferentes estilos arquitetônicos dos colonizadores. Declarada patrimônio mundial pela UNESCO desde 1995, seu centro histórico lembra, de certa forma, nossa mineira Tiradentes ou a fluminense Paraty, com um grande número de bares, restaurantes, pousadas e hotéis de grandes redes internacionais, como Sheraton, Radisson, etc. Optamos pela
Pousada Manuel de Lobo, de excelente localização e muito agradável.
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Pousada Manuel de Lobo |
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Recepção da pousada |
São poucos quartos, amplos e confortáveis, o café da manhã é bom e os proprietários simpáticos e prestativos. Como não tinha garagem ou estacionamento, nosso carro dormiu na rua, confiantes na informação de que a cidade era muito segura. Conhecê-la a pé não demanda grande esforço pois suas principais atrações, como museus, bares, restaurantes, o farol e o comércio estão no centro histórico ou próximos a ele. À noite, saímos para jantar e comemorar o aniversário de Rosinha, minha mulher. Recém chegados e com frio optamos por simpático restaurante Viejo Barrio Restaurant and Bar, na praça em frente à Basílica de Santíssimo Sacramento, próximo à pousada, bom atendimento e comida razoável.
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Viejo Barrio Restaurant |
05.06 – Pela manhã e de carro, andamos pela Av. Costanera, ao longo da qual se estende um agradável calçadão margeando o rio da Prata e onde se encontram as construções mais modernas. Por esta avenida e distante 4 km do centro histórico, visitamos a Plaza de Toros, inaugurada em 1910 e que só funcionou até 1912, quando as touradas foram proibidas. Porém somente se pode ver por fora, já que o ingresso está proibido por risco de desabamento. Uma pena, porque a construção é bastante imponente e comportava 8.000 espectadores.
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Av. Costanera
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Plaza de Toros |
Na mesma região encontra-se o hipódromo e o Museu de Naufrágios e Tesouros, uma visita interessante: há alguns objetos resgatados de navios naufragados e uma réplica em tamanho natural de uma fragata do século XVIII de 35 mts de comprimento, além de nos colocar em contato com as lendas dos famosos piratas que, consta, navegavam pelo rio da Prata.
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Museo de Naufragios e Tesouros
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Para o almoço deste dia, optamos pelo restaurante
La Florida, muito recomendado, onde fomos recebidos pelos simpáticos proprietários Carlos e Ana. Um bom vinho, uma ótima comida e um ambiente agradável e de bom gosto. Rosinha optou por uma massa negra com molho de camarão e fiquei num asado de tira com purê, ambos maravilhosos e acompanhados pelo bom tinto
Tenique (tannat) indicado pelo Carlos. O local deixou saudades e o sentimento de que vale a pena voltar.
La Florida - Odrizola 215, junto ao Porton de Campo, entrada para o bairro histórico.
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Restaurante La Florida |
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Restaurante La Florida |
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Restaurante La Florida |
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Restaurante La Florida |
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Carlos e Ana-proprietários do La Florida
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Após o almoço continuamos nossa agradável caminhada pelo centro histórico, com destaque para a calle de los Suspiros, a mais antiga da cidade, com suas ruelas calçadas de pedra.
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Praça do Restaurante Viejo Barrio
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Portón de Campo ou Puerta de la Cidadela, inaugurado em 1745 pelos portugueses, é considerado um símbolo histórico e turístico da cidade e entrada para o bairro histórico. Ao redor do Porton fragmentos da antiga muralhas da cidade.
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Portón de Campo - entrada do bairro histórico |
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Portón- antiga ponte de pedras |
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Rio da Prata |
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Cais - Rio da Prata |
E encerramos o dia, ou melhor, a noite, no
Buen Suspiro, mais um bar que um restaurante, charmoso, pequeno e aconchegante, de grande apelo para os turistas e cuja especialidade são os vinhos, queijos e embutidos. Porém, cuidado para não exagerar o seu pedido: as tábuas, ou picadas, vem em porções muito generosas. Enfim, um ótimo lugar para curtir a noite, especialmente no inverno. O serviço é bom, uma lareira aquece o ambiente e os preços são mais que razoáveis.
Buen Suspiro- Artesanias Gastronomicas - Calle de Los Suspiros, 90 Barrio Sur.
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Entrada BUEN SUSPIRO |
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generosas picadas |
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Interior Buen Suspiro |
O Restaurante
Mercosur, durante a nossa estada na cidade, foi o nosso ponto de encontro. O Mercosul é um tipo de cafeteria/bar/restaurante ideal para comidas rápidas, empanadas, chivitos, pastas etc. Possui um ambiente fechado, mas também oferece mesas na calçada, perfeito para apreciar o movimento de ir e vir dos turistas. Disponibiliza Wi-fi livre e tem preços acessíveis. Pagamos por uma Patrícia de 1 litro 95 pesos uruguaios, ou 9,50 reais. Aceitam qualquer moeda para pagamento, aliás quando da apresentação da conta o preço já vem calculado em dólares, reais, pesos argentinos e euros. Esta prática nós observamos em outros estabelecimentos
Mercosur na rua Gral Flores, rua principal, e esquina com a Ituzaingó, rua da nossa pousada.
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Restaurante Mercosur |
Enfim achamos Colonia del Sacramento uma cidade romântica, bucólica, aprazível, sem estresse o que não combina com passeios bate e volta. Dois dias na cidade são suficientes para bater perna pelas suas ruas históricas e desfrutar das comodidades que a cidade oferece.
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Fim de noite- muiiiito frio. |
Dia seguinte, em uma manhã fria e chuvosa, pegamos o Buquebus, espécie de ferryboat, e atravessamos o Rio da Prata com destino a Buenos Aires, próximo post.
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