Quem não é ruim da cabeça nem
doente do pé não vai deixar passar uma visita ao Rio de Janeiro sem ir ao samba
– mas tem que ser samba bom, daqueles que rolam pela cidade mesmo nos dias de
semana, que juntam gente de todos os bairros nas praças, agremiações e clubes.
Samba bom é o samba do chope gelado, da caipirinha amarga e da roda onde todo
mundo tem a mesma cor e canta no mesmo tom, aquele do batuque que acelera o
batuque do coração e do sorriso largo que não descola do rosto nem debaixo de
macumba. Onde é que fica isso? Vem com a gente que você descobre rapidinho, mas
cuidado, porque você vai querer ficar por aqui.
1 – Renascença
Se você é como o Garfield e odeia segunda-feira, provavelmente sua opinião vai mudar rapidinho: esse é o dia do Samba do Trabalhador, no Renascença. Exatamente, em plena segunda feira o tradicional clube do Andaraí fica lotado sob o comando de Moacyr Luz. O local, que é um antigo reduto do movimento negro, recebe vários convidados para integrar a roda além dos 13 músicos que compõem o grupo. O ambiente familiar congrega pessoas de todas as idades em alto astral. Toda segunda-feira, das 16h às 21h. Rua Barão de São Francisco 54, Andaraí. Tel: (21)3253-2322.
2 – Samba da Pedra do Sal
Segunda-feira é um dia
concorrido, tanto que vai ser difícil escolher entre o samba do Renascença e o
Samba da Pedra do Sal, que acontece no mesmo lugar, toda segunda-feira a partir
das 19h30. O lugar, pertinho do Largo de São Francisco da Prainha, ali pela
Praça Mauá, já tem um charme próprio por ser histórico: foi ali que há 200 anos
foram ensaiados os primeiros acordes do batuque que hoje contamina todo mundo.
Barraquinhas vendem petiscos e bebidas que dão mais gás à roda que segue noite
adentro.
3 – Samba de Lei
Também na histórica Pedra do
Sal rola o Samba de Lei, só que toda sexta-feira, ao ar livre. O lugar é
grande, mas fica lotado por quem não abre mão de se esbaldar ao som de
clássicos como Cartola, Herivelto Martins, Noel Rosa e Candeia, entre outros,
além de vários sambas-enredo que fizeram sucesso nos desfiles cariocas. Começa
às 19h.
4 – Roda de Samba do Cacique de Ramos
Muro da sede da Roda de Samba do Cacique de Ramos |
Samba de raiz e partido alto
são sinônimo daquele que foi um dos primeiros blocos de carnaval do Rio de
Janeiro, o Cacique de Ramos. Todo domingo Renatinho Partideiro comanda a roda
local, berço de artistas consagrados como Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola
Negra, Fundo de Quintal e Jorge Aragão, entre outros. Das 17h às 23h – mas
também chegue cedo, porque enche. A entrada é gratuita mas você pode alugar
mesa por R$ 10. Quadra do Caique de Ramos, Rua Uranos 1326, Olaria. Tel:
(21)3547-0065.
5 – Samba da Ouvidor
Roda de Samba da Ouvidor ao lado do prédio da Bolsa de Valores |
Dois sábados por mês
(normalmente o primeiro e o terceiro), a partir das 16h30 o grupo se reúne na
esquina das ruas do Ouvidor com Mercado, ali pertinho da Praça XV. O repertório
da roda costuma girar em torno das músicas inesquecíveis de Monarco, Candeia,
Alberto Lonato, Walter Rosa e Noel Rosa, entre tantos outros compositores inesquecíveis.
assim como todo evento ao ar livre, é cancelado quando há forte ameaça de
chuva, então a dica é dar uma olhadinha na programação no site
oficial do Samba da Ouvidor.
6 – Bar do Beco do Rato
Sincretismo religioso e o samba, altar na entrada do Bar Beco do Rato |
O Bar do Beco do Rato é um
dos mais famosos redutos do samba carioca, conhecido por ter sido berço de
nomes como Moacyr Luz, Beth Carvalho e Wilson Moreira. Além do som de primeira
o local ainda tem aquela comida de botequim irresistível. A roda de samba
acontece às terças e sextas, mas como há intensa programação de música ao vivo
durante toda a semana, volta e meia os dias mudam. Não custa nada dar uma
conferida. O bar fica aberto segunda e quarta das 8h às 22h, terça e quinta das
8h às 0h e sexta das 8h às 3h. Rua Joaquim Silva 11, no Centro. Tel: (21)2508-5600.
Há cobrança de couvert artístico.
7 – Roda de Samba do Bip Bip
Alfredinho e a Roda de Samba do Bar Bip Bip |
A princesinha do mar também
samba, e muito. Um dos clássicos bares de Copacabana, o Bip Bip, promove uma
roda de samba quente todas as quintas, sextas e domingos. Nos outros dias rola
música também, às segundas é roda de choro e às terças de bossa nova. Rua
almirante Gonçalves 50, Copacabana.
8 – Samba Luzia
Música boa e companhia melhor
ainda: Cristo Redentor, Pão-de-Açúcar e Santa Teresa como cenário. Quem disse
que a perfeição não existe? Chega lá no Samba Luzia que você vai cerca de mil
pessoas comungando samba na mais completa harmonia. A cada abre às 20h, mas a
roda começa às 22. a programação é tão farta que só olhando mesmo no site da
casa, que fica na Rua Almirante Silvio de Noronha 300, Centro.
9 – Samba do Armazém do Senado
Pé direito alto, balcãozão, boteco com portas abertas para a
rua, a casa simples e centenária é cheia de histórias, que se acumulam mais
ainda todo primeiro sábado do mês com o grupo Samba-Enredo, especializado em
sambas de carnaval. Das 14h às 18h, na Avenida Gomes Freire 256 – esquina com a
Rua do Senado, claro, na Lapa.
10 – Trapiche Gamboa
O casarão antigo de três andares fica cheio de mesinhas,
cadeiras, comidinhas deliciosas, chope gelado e muito samba no pé. Em todos os
andares dá para ouvir a roda de samba do térreo, onde a música come solta com
os músicos pertinho de todo mundo. Da criancinha à vovó, a diversão é
garantida. O lugar também é histórico, afinal foi na Gamboa que o samba se
tornou a maior festa popular da cidade. Rua Sacadura Cabral 155, Praça Mauá.
E para curtir tudo isso? Bom, para curtir tudo isso, se
acabar no samba e aproveitar tudo o que o Rio de Janeiro tem para te dar, pense
em optar pelo aluguel portemporada no Rio de Janeiro. Assim, você economiza e ganha mais liberdade
para ir e vir a hora que bem entender. Vamos?
Texto produzido por Carolina Peres
Texto produzido por Carolina Peres
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